Ontem fomos dormir bem cedo, acho que no máximo umas 8h00. Por isso, acordei com um pique total as 04h30. Consegui ficar na cama até umas 05h30, hora que levantei, fui no varal pegar nossas roupas, acordei o galo, que ficou super 'sem graça' e passou a cantar, e comecei ajeitar nossos alforges. O café foi liberado as 06h00 e estava bem melhor que os dos últimos dias!
Apesar de levantarmos cedo, não conseguimos sair tão rápido quanto desejávamos, visto que o pneu traseiro, da minha bike, amanheceu 'no chão'.
Pneu trocado e tudo no lugar, às 07h00 partimos para enfrentar a temida Serra da Luminosa.
Uma última foto, antes de partir, com D. Inês e peregrinas.
Partiu subir montanha! Começar a Luminosa logo cedo foi uma boa decisão. As belezas de um amanhecer são bem inspirador!
Até tentamos sair pedalando mas, após uns 300m, descobrimos que era impossível transitar de 'rodas' sobre essas pedras gigantes, que estavam soltas.
Esses 'cortes' na montanha é o trecho inicial onde passaremos.
Agora, se você quiser desistir, basta seguir as setas e continuar em frente... rsrs
Em algum ponto da subida encontramos com o Sr. Zé, marido de D. Inês... um senhor pacato e sorridente, que nos tratou como filhos e filhas. Obrigada pela troca de experiências!
Na foto abaixo é possível ver ao pé do morro, ficando cada vez mais pequenininho e distante, o distrito de Luminosa. Rapidamente as meninas vão nos alcançando, afinal, estão sem bagagens e, por isso, mais leves.
Diz que tudo na vida tem um lado bom! Irmos bem devagarzinho, nos permitia apreciar toda a beleza a nossa volta, e ainda registrar muitas imagens.
Ri muito quando vi esta placa. Já tínhamos empurrado tanto... mas só tínhamos percorrido 1, dos 12 km da subida.
Neste ponto, algumas peregrinas já estavam subindo conosco.
Após alguns quilômetros, tínhamos menos pedras e uma subida menos íngreme, por isso, conseguimos pedalar um pouco. Desta forma, nos distanciamos das meninas e não as vimos mais. Bom caminho, pra vocês <3
Os últimos quilômetros eram bem arborizados. Alternamos entre pedalar e empurrar. Mas, sinceramente, achei que seria muito mais difícil!
Logo estávamos na placa de divisa de estados.
Na sequência, passamos por uns trechos que tinham até algumas retas e descidas... e não posso esquecer do cavalo modelo, que amou posar para as fotos!
Em poucos quilômetros chegamos ao asfalto. Conferi quanto tempo havíamos levado neste primeiro trecho - 3h00 para percorrer 10 km. Ali, encontramos um rapaz, chamado Júnior, que estava fazendo o caminho sozinho. Seu pai está vindo com o carro de apoio. Ele pedalou um pouco conosco mas, tinha pressa e seguiu sua viagem solo, quando paramos na Pousada Montes para pegar o carimbo nas credenciais.
Aliás, preciso dizer que a pousada é fantástica! Pretendo voltar aqui, com meus pais. O custo por pessoa, mesmo que não estejam no caminho, é de R$ 60,00 e o lugar é um paraíso!
Fone 12 9 9741-9986 e 9 9639-9766
baraomontes@bol.com.br
Um pouco mais a frente, chegamos a 'entrada' de Campos.
Adentramos o bairro Campista. Aqui, passamos pela casa das latinhas.
Aproveitamos para comer umas empadinhas, que estavam uma delícia, e voltamos a subir por uma estrada de terra.
Chegamos na cidade de Campos do Jordão próximo às 13h00. Decidimos desviar das setas e ir até o centro turístico da cidade, com objetivo de fazer algumas fotos.
Foi uma sensação tão estranha! Estive aqui, há alguns anos, e havia gostado da agitação da cidade! Nesta época eu ainda não pedalava, por isso, vim como um desses muitos turistas que estavam aqui. Hoje, achei tudo desnecessário e uma tremenda confusão. Após essa foto, olhamos um para o outro, abaixamos a cabeça e decidimos sair logo daqui.
Voltamos para as setas do caminho a fim de encontrar a pousada. Como era muito cedo, decidimos apenas pegar o Carimbo e continuar. Tínhamos ideia de ir por Pedrinhas, por isso, fomos perguntando a algumas pessoas sobre esta provável rota alternativa. Primeiro, por meio de um frentista que mora lá perto, descobrimos que o início do percurso tem algumas subidas. Ele não soube precisar quantos quilômetros ou o grau de dificuldade... apenas nos disse que achava que seria bem difícil subir tudo pedalando e quase impossível chegar hoje. Na sequência, procuramos a opinião de um especialista, numa loja de bike's. Lá, soubemos que o caminho não era assim tão difícil, principalmente para quem tinha subido a Serra da Luminosa. De acordo com o rapaz, a subida para Pedrinhas teria aproximadamente 6 km, mas não soube precisar quanto teria até a pousada que pretendíamos ficar. Ele até nos fez um pequeno mapa, com algumas dicas.
Seguimos então até o Refúgio do Peregrino, para pegar o carimbo da cidade. Inicialmente fomos educadamente recebidos. No entanto, assim que dissemos que iriamos descer por Pedrinhas, uma senhora, creio que seja a dona da Pousada, ficou bem irritada! Nos disse que, se fizéssemos isso, seria como não terminar o Caminho da Fé... que aquela rota não fazia parte e por isso tínhamos que descer pela serra de Campos. Filipe até tentou dialogar com ela, dizendo que ouvimos falar que, em breve, esta rota será oficializada como um roteiro opcional e acho que isso só a irritou ainda mais. Creio que só recebemos os carimbos porque havia outra moça e ela o estava fazendo por nós. Enquanto aguardávamos nossas credenciais, a senhora não parava de dizer que teríamos 'perdido' nosso o tempo e peregrinação, se não nos mantivéssemos na rota original. Então, ao pegar a credencial, calmamente respondi: 'Minha senhora... o motivo de estarmos aqui é mais turístico que religioso. Por isso, queremos terminar o percurso em segurança e em um local bonito. Soubemos que teremos tudo isso no trajeto por Pedrinhas! Dessa forma, sendo ou não o Caminho da Fé, é por lá que iremos.' Neste momento, ela virou as costas e foi para a cozinha. A mocinha, que carimbava nossas credenciais, estava super sem graça. Elas nos disse, baixinho, que o caminho por Pedrinhas era mesmo muito bonito e que estávamos a uns 25 km dali. Quando saímos encontramos mais um senhor, acho que também é da Pousada, que nos deu a maior força para ir por Pedrinhas até nos explicando como chegar ao Horto. Partimos bem chateados com o que ocorrera ali...
Apenas para constar, as peregrinas que estavam na Pousada da D. Ines com agente, no dia anterior, decidiram ficar em outra pousada em campos (não é cadastrada pelo caminho). Elas comentaram que trata-se de um bom hotel, com quartos privativos e café da manhã, por R$ 60,00. Segue a localização (há 3,2 km do centro):
Pousada Gran Residence
Rua Frei Orestes Girardi, 205 / Fone 12 9 9700 5521 - Talita
A essa altura, estávamos famintos. Por isso, antes de seguir, paramos em uma mercearia para nos reabastecer.
A partir daqui, seguimos o mapa feito pelo dono da loja de bike's. Só para compreender, quando chegamos em Campos do Jordão, pelo Caminho da Fé, há uma seta que indica o lado direito (onde localizam-se Refúgio do Peregrino e descida da serra de Campos). Para seguir por Pedrinhas, vira-se a esquerda, em direção ao centro turístico e Horto Florestal. Segue um mapa turístico de Campos do Jordão, para melhor compreensão.
1 - Siga em direção ao centro turístico, praça da Concha Acústica e quando passar pelo monumento do cavalo, siga as placas para o Horto Florestal. Caso queira cortar um pequeno trecho de asfalto, vire a segunda a direita, em direção a Cachoeira Véu da Noiva (caso esteja a pé, sugere-se pular este trecho pegando um ônibus até o Horto Florestal, para evitar trafegar na via de asfalto, sem acostamento).
Passamos inclusive no Véu da Noiva, que fica no caminho! Aqui tem um restaurante, caso precise se abastecer.
2 - Quando sair novamente no asfalto, siga a direita por uns 10 km.
Ouvimos dizer que esta estradinha era meio perigosa, por não ter acostamento. Passamos aqui num sábado a tarde e praticamente não havia trânsito algum... se passaram uns 3 carros por nós, foi muito! Haviam muitos ciclistas, de final de semana, fazendo um tour até o Horto.
3 - Uns 500m, antes do Horto Florestal, há uma placa 'Mirante José dos Alpes'. Siga por mais uns 14 km, até a Pousada Santa Maria, ou siga em frente ao bairro de Pedrinhas.
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| Atenção - PREÇO DESATUALIZADO!! |
Aqui descobrimos a existência de um outro caminho: Caminho de Aparecida. Ao chegar, fui pesquisar e descobri coisas interessantes sobre ele (postarei na sequência). Portanto, daqui para frente, passamos a seguir este roteiro. As setas sinalizadoras é um peixe verde e, assim como no Caminho da Fé, há também os quilômetros regressivos.
O primeiro trecho já nos encantou, com um barrancos cheio de samambaias e um vale lotado de araucárias.
Após uns quilômetros, chegamos ao mirante Pau Arcado.
Apesar de estarmos gostando muito deste trecho, a temperatura começava a cair rapidamente e umas nuvens escuras estavam nos rodeando. Vez por outra uns pingo caiam, alertando-nos uma chuva que estava prestes a vir. Estávamos bem, mas as incertezas começaram a gerar uma certa preocupação.
Para 'quebrar' o estresse, brinquei com eles: 'Tá... no máximo, se não houver a tal pousada no caminho, chegaremos a Aparecida hoje.' Rimos e seguimos. Passamos por outras sinalizações, como da Rota Franciscana (seta amarela).
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| http://www.rotafranciscana.com.br/publico/noticia_tour.php?cod_menu=83 |
Ficamos muito tranquilos e satisfeitos ao avistar a Pousada Santa Maria da Serra, localizada a uns 25 km de Campos do Jordão!
Quando entramos, uma garoa mais forte começou... salvos pelo 'gongo'! Fomos levados aos quartos individuais (perfeitos), com aquecedor e tudo! Após o banho, descemos para o saguão a fim de usar o wi fi. Brinquei sobre a lareira e logo ela estava acesa!
Lendo o blog de Eros e Eli, soube que esta região tem um peixe que amo: Trutas. Por isso, falei hoje cedo para Maria e Filipe que hoje a noite iríamos jantar trutas! Antes dela começar a preparar o jantar, perguntei: Tem trutas? Ela sorriu e disse, tem sim! Sem pestanejar (ou perguntar o preço) sentamos, comemos e fomos muito felizes!
Houve tempo até para um vinho (este eu perguntei quanto seria e R$ 35,00 não me pareceu muita grana)
O jantar estava PER-FEI-TO!!! Antes de dormir, colocamos as roupas na lavadora e secadora (sim, secadora). Tudo era bom demais, para ser verdade! Segue as meninas que trabalham na pousada:
E assim terminamos o dia de hoje, felizes e satisfeitos!
Segue o percurso que fizemos hoje:
O caminho foi duro, principalmente nas subidas. No entanto, nem de longe, nos arrependemos de seguir até lá! Com certeza, para mim, foi um dos mais marcantes. A pousada foi perfeita, cama confortável, quarto quentinho com aquecedor (afinal, estamos na serra com temperaturas bem baixas). Possui lavadora, secadora, wi fi e um jantar magnífico! A única parte 'complexa' é que fomos surpreendidos, ao fechar a conta, pois custou R$ 120,00 por pessoa (pousada + jantar + café da manhã) e, em nosso caso tinha mais o vinho... o que perfez R$ 275,00 para o casal. Apesar disso tudo, concluímos que valeu a pena e, por tudo oferecido, foi um preço justo... Aviso apenas para que, os desavisados, combinem tudo no chek in. A gerente da pousada me disse que, se alguém passar na pousada e estiver fechada, basta chamar na próxima casa, ao lado da pousada, que a funcionária abrirá.
Fone/WhatsApp 12 9 9710-5103 - Sandra
Email - pousadadaserra@yahoo.com.br
Usei o carimbo que a pousada tem, do Caminho de Aparecida, dessa forma marcamos presença por aqui! Aliás, de acordo com a gerente, há uns 15 dias ela recebeu a visita da organização do Caminho da Fé e o local está oficializado como rota alternativa! Em breve iniciarão as sinalizações. Para quem achar que a pousada está com o valor muito alto, não se preocupe, há outras pousadas após a descida, no bairro Gomeral, com preços mais acessíveis.
Gastos
R$ 12,00 Lanche / bebida
R$ 120,00 Pousada
Gastos extras
R$ 35,00 vinho
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Sobre o Caminho de Aparecida
Trata-se de uma rota peregrina/bicigrina, de 265 km que inicia-se em Alfenas e termina em Aparecida.
A sinalização é umas setas verde (peixe)
Altimetria
Mais informações disponíveis no site:
http://www.caminhodeaparecida.com.br/
Não conheço ninguém que tenha feito ainda, por isso, não posso dizer como é... mas, como em Minas tudo é lindo, creio que não tenha como ser ruim...
Beleza, Claudia e Filippe. Já chegamos a considerar a passagem por Pedrinhas, mas nunca a percorremos. Parabéns, mais uma vez, pela brilhante narrativa e pelas fotos exuberantes. Gostei também muito do caminho novo que vocês descobriram. Acho que é uma rota a se considerar para breve, com certeza! Abraço a vocês!
ResponderExcluirFiquei encantada com este trecho Elim. Não conheço o outro para opinar mas o que posso dizer é que desejo muito voltar lá e levar meus pais, pois sei que vão amar! <3
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